Ainda 7 de Dezembro de 1970. Willy Brandt, o chanceler da Alemanha Federal que estava então a realizar uma visita à Polónia, quando de uma cerimónia protocolar que passava pela deposição de uma coroa de flores junto do monumento em Varsóvia aos heróis do levantamento de Gueto em 1943, reforça o simbolismo desse momento, ajoelhando-se em contrição diante do monumento. O episódio, exibindo um arrependimento público e simbólico pelo comportamento dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, não parece ter tido um particular relevo na ocasião em que aconteceu: atente-se abaixo à notícia daquele dia no Diário de Lisboa onde ele nem sequer é referido...
«O programa de Brandt, antes da cerimónia de assinatura, incluía a deposição de flores no túmulo do Soldado Desconhecido da Polónia e num monumento aos judeus do «ghetto» de Varsóvia que participaram numa revolta de três semanas contra os seus carrascos nazis, em 1943.» Mas depois de ter acontecido, a atitude de Brandt veio a ser promovida, tendo uma ampla repercussão na Alemanha, onde ficou conhecida por der kniefall von Warschau (a genuflexão de Varsóvia). Hoje, como se vê mais acima, até há um monumento a esse momento, e este não será certamente o último dos momentos tornados históricos em que a esmagadora maioria dos presentes nem deram que ele fosse histórico...
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