O que me continua a surpreender e que vale a pena recordar mais uma vez em todo este canhestro processo de retrocesso ao que nos fora apresentado como muito favorável foi o sentido do voto do PSD e do CDS no parlamento quando da votação desta lei que restabeleceu os quatro feriados que haviam sido abolidos previamente pelos mesmos PSD e CDS: desta vez, abstiveram-se. Ou seja, agora já ninguém parecia ter sido a favor da abolição dos quatro feriados ou então, quem o foi já se arrependeu, mas esqueceu-se de se penitenciar com a mesma publicidade como promoveu a ideia... É maravilhoso aquilo que pode vigorar em forma de lei em Portugal sem que ninguém concorde com a sua vigência, apenas por uma questão de inércia!
Deve ter sido por isso que o 25 de Abril conseguiu ser bem sucedido apesar de ter sido realizado apenas por um punhado de soldados - eles seriam muito poucos para um golpe de Estado num país mais convencional, mas a verdade é que eram mais do que os nenhuns que (não) saíram em defesa do Estado Novo.
PS - Ainda a propósito do tema original e só para dar um nome a um boi, por onde tem andado ultimamente Miguel Frasquilho, ele que defendeu pessoalmente que a supressão dos quatro feriados produzia ganhos até 148 milhões? Foi ele que, tanto gostando de visibilidade, se deixou neste caso esquecer? Foi a comunicação social que não quis ir à sua procura para o mostrar como o último mohicano a defender a abolição dos feriados? Ou entretanto arrependeu-se da bacorada que promoveu?
Para o jornalismo praticado hoje em dia em Portugal, estes pormenores são tudo menos interessantes.
ResponderEliminarDir-se-ia que quem assim se comporta só com uma grande dose de boa vontade poderia ser levado a sério. Dir-se-ia, mas não é assim que se passam as coisas.
ResponderEliminarNem que seja o pormenor de dar relevo ao facto de que aquele que aparecera originalmente como o grande defensor da causa entretanto mudou discretamente de opinião...
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