Em política, admiram-se os protagonistas que antecipam os problemas, toleram-se aqueles - a maioria - que os reconhecem ao mesmo tempo que nós mas desprezam-se os que já só lá chegam atrasados. Há uns três anos, Luís Amado, convidado para aparecer na RTP devido à sua condição de ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, opinava assertivamente sobre a relação entre Portugal e a União Europeia e as relações de poder dentro dela:
- A Alemanha está a chegar à hora da verdade. A Alemanha tem que dar, e depois das eleições seguramente o fará, um sinal claro de responsabilidade, de liderança que tem no projecto europeu. E tem que definir um mecanismo de solidariedade sem o qual o projecto europeu não se constrói (...)
Claro que as tais eleições legislativas alemãs, que ali se apresentavam qual luz ao fundo do túnel, tiveram lugar dali a cinco meses e, apesar das certezas convictas de Luís Amado e como qualquer observador prudente (e com memória...) estaria à espera, nada de substancial se alterou. Sobre a atitude e esta notícia (acima) de o descrever dois anos depois de tudo isso a rever o que pensa sobre a instituição, é com ironia que me apetece cumprimentá-lo, como o outro: « - Então, Parabéns! »
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