«No Brasil de 1966, ainda com o som das botas cardadas da ditadura militar a ecoar nas ruas.»
Retiro de um entre aqueles que não têm quaisquer dúvidas sobre o que estará a acontecer no Brasil, a frase supra, recuperação naquele estilo pseudopoético - as botas cardadas - da conhecida linguagem de pau da malta do costume, que de há 25 anos para cá não esqueceu nada mas também não aprendeu nada. São o simétrico em disparate daqueles que, também sem hesitações, apelam ao regresso dessas botas cardadas (a que não chamam botas cardadas). E é tanto assim que nem adianta perguntar aos primeiros se as botas cardadas são a identificação poética de todos os regimes militares ou se as botas dos regimes de direita são mais cardadas que as dos regimes de esquerda. Alguns casos haverá, como o regime militar instaurado em 1981 na Polónia, em que suspeito que para eles, os militares até calçavam sapatos ortopédicos. Qual é mesmo a diferença entre uns e outros?
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