04 março 2016

A SAGA DO EX-PRESIDENTES DETIDOS

Na minha hierarquia pessoal um ex-presidente do Brasil reveste-se de muito mais importância do que um ex-presidente do Benfica. Mas sinto quanto a minha opinião deve ser minoritária quando constato a diferença de tratamento noticioso que está a receber a detenção do primeiro quando comparada com a do outro, ontem. Não vejo notícias a passar nos rodapés nos nossos canais noticiosos e devo ter perdido os directos que elas terão feito associando-se às cadeias brasileiras e mostrando os jornalistas de microfone em punho a dizer as banalidades do costume, para queimar tempo. Por um lado poupou-nos mas por outro dá que pensar no que serão os critérios que definirão as prioridades da comunicação social portuguesa.

Claro que, para quem estiver verdadeiramente interessado, o problema se resolve simplesmente acedendo directamente aos órgãos de comunicação social brasileira, esquecendo as incompetências domésticas, mas, quando me lembro de ter lido ainda há pouco tempo o presidente da ERC, Carlos Magno, a dizer bombasticamente que o jornalismo do cidadão é um treta, apetece-me devolver-lhe a pergunta: explique-me lá aí, qual é que é o que não é?...

Adenda: E para demonstração de como a cobertura dos assuntos brasileiros já foi muito mais completa, vejam-se estas duas primeiras páginas de dois vespertinos portugueses da época (Diário de Lisboa e Diário Popular) noticiando o golpe de Estado ali ocorrido em 1 de Abril de 1964 - mais de ¾ do espaço das capas são destinadas ao assunto.

Sem comentários:

Enviar um comentário