19 agosto 2020

COMO EVOLUÍRAM AS «BAIXAS» DAS «OPERAÇÕES GNR NA ESTRADA»

Em Agosto de 1980, o feriado de dia 15 calhou a uma Sexta-Feira, ocasionando assim um fim-de-semana prolongado. Dia 19 de Agosto de 1980, fazia-se o balanço dos acidentes de viação durante a «ponte», e o resultado cifrava-se em 40 ou 50 mortes (o título contradiz o desenvolvimento) e 595 feridos. 40 mortos em quatro dias tratava-se, de facto, de uma tragédia. Só que, de então para cá, vários factores se conjugaram ao longo destes quarenta anos para que a mortalidade rodoviária se tivesse reduzido de forma muito substantiva: da última vez em que se conjugou este mesmo fim-de-semana prolongado a meio de Agosto foi em 2014, quando o resultado se cifrou - felizmente! - em apenas 5 mortos e 256 feridos. O que não terá evoluído apropriadamente com essa redução enorme do número de vítimas é o ar grave e trágico como o seu número continua a ser anunciado pelos protagonistas - o ênfase costuma ser muito mais animado quando «este ano» morreu mais gente do que no ano passado!

3 comentários:

  1. O que não terá evoluído apropriadamente com essa redução enorme do número de vítimas é o ar grave e trágico

    O post está todo muito bem, e é de facto útil lembrar que, na década de 1970, era normal morrerem anualmente 2500 pessoas nas estradas portuguesas - o quádruplo das que morrem atualmente. Mas esta frase está mal - é muito apropriado que se continue a considerar trágico que ainda 600 ou 700 pessoas morram anualmente, sobretudo quando se sabe que a imensa maioria dos desastres são causados por erro humano.

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  2. "(...) é muito apropriado que se continue a considerar trágico que ainda 600 ou 700 pessoas morram anualmente,(...)"

    Ja quando se fala de SARS-CoV-2 e 1784 obitos em 6 ou 7 meses o governo portugues claramente sobrevaloriza a ameaca e exagera na reaccao porque "aquilo nao passa de uma gripezinha" e de resto "so os velhos e que se vao - cura para a peste grisalha!".

    A direita imbecil portuguesa, compensa a falta de espelhos la em casa com topete em esteroides.

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  3. Possivelmente não me terei explicado bem. A referência crítica a«o ar grave e trágico» dirige-se à forma, não ao conteúdo. É óbvio que continua a ser trágico que tantas pessoas morram anualmente em acidentes de viação. Pessoalmente perdi um amigo nessas circunstâncias ainda há poucos meses. A minha crítica incide sobre a banalização do discurso: morram muitos, morram poucos, morram mais do que o ano passado, morram menos, o(s) discurso(s) do capitão ....... da GNR a pretexto da operação ....... esvaziaram-se à custa de tanta repetição.

    Por comparação, fazem-me lembrar as instruções de segurança a que temos direito a assistir em TODOS os voos. Desconfio que a esmagadora maioria dos passageiros conseguiria fazer a coreografia dos assistentes de bordo tão bem quanto eles (especialmente aquela parte das mãozinhas para fora a assinalar as saídas de emergência...). Mas lá tem que ser... Lavoura, você que gosta de ideias peregrinas, que me diz da hipótese daquele "espectáculo" só ser obrigatório para os passageiros que voem pela primeira vez?

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