8 de Agosto de 1945. A União Soviética declara (finalmente) guerra ao Japão... e ataca de imediato na Manchúria. Como aqui se viu anteriormente, não se tratava de uma questão de "se", era uma questão de "quando" a União Soviética o iria fazer. Por uma vez, os russos iriam cumprir escrupulosamente aquilo que ficara acordado em Yalta com os seus dois aliados ocidentais: declarar a guerra ao Japão até três meses depois da cessação das hostilidades na Europa - que haviam sido a 8 de Maio. Mas a questão era, para já, mais militar do que política: Estaline queria que a declaração fosse o preâmbulo de uma larga ofensiva no Extremo Oriente que lhe permitisse ocupar os territórios anteriormente conquistados pelos japoneses: a Manchúria e a Coreia. Só isso valeria a pena do sacrifício de mais vidas humanas depois de quatro anos. O jornal do dia seguinte divide a sua primeira página entre o início da ofensiva soviética e a detonação da segunda bomba nuclear sobre Nagasáqui. A primeira, designada genericamente por Operação Tempestade de Agosto, mobilizava 1,5 milhões de soldados, apoiados por 28.000 canhões, 5.500 blindados e 4.370 aviões. Em frente, os japoneses alinhavam 1 milhão de soldados, 5.360 peças de artilharia, 1.115 tanques e 1.800 aviões, mas os números acabaram por revelar-se pouco importantes nesta campanha: a superioridade da experiência e do ânimo dos soviéticos sobre os japoneses, quando conjugadas com a superioridade material, deram ao desfecho um cunho arrasador. O experimentado Exército Vermelho de 1945 era uma máquina de combate que, depois de ter levado a Wehrmacht à sua frente, fazia agora o mesmo às forças armadas imperiais japonesas. Nos onze dias de duração dos combates, até à suspensão dos principais focos japoneses de resistência a 19 de Agosto, os russos progrediram 900 km pela Manchúria dentro, a um ritmo diário de 80 km!
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