29 de Agosto de 1995. Em Tbilisi, na Geórgia, Eduard Shevardnadze, que fora o ministro dos Negócios Estrangeiros da União Soviética desde 1985 até à sua dissolução em 1991, é vítima de um atentado quando se deslocava de automóvel. Desempenhando então o cargo de presidente da Geórgia, Shevarnadze era então conhecido em todo o Mundo por ter sido o ministro dos estrangeiros de Gorbachev e este já era o segundo atentado que sofria. Virá a sofrer um terceiro em 1998. As lutas políticas em alguns dos países resultantes do desmembramento da URSS podiam revestir-se de uma violência digna de um conflito entre mafiosos. E a constatação de episódios como este era considerado no Ocidente como um retrocesso em relação à era soviética, mesmo ao período do estalinismo, onde a eliminação dos adversários políticos se revestira sempre de uma capa - ainda que muito ténue - de legalidade jurídica. Vinte e cinco anos depois, comprova-se que esse retrocesso de tratar dos assuntos extra-judicialmente se consolidou: a Rússia, e provavelmente os regimes aparentados, são os únicos países do Mundo conhecidos por, actualmente, envenenar os seus adversários políticos.
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