- Sr. presidente, depois de três anos e meio (de presidência), não se arrepende de todas as mentiras que tem vindo a pregar ao povo americano?
- Todas as quê?
- Todas as mentiras, todas as desonestidades.
- Quem as pregou?
- O senhor. Dezenas de milha...
Trump corta a pergunta fazendo sinal a um outro jornalista, que lhe faz uma pergunta sobre impostos. Deu jeito, como dá sempre jeito nestas sessões saber-se de antemão quem são (e onde estão) os jornalistas malignos e os jornalistas benignos (às vezes Trump não se prepara devidamente...). Porém, constata-se que estas sessões com Trump na Casa Branca são enfadonhas. Ainda ontem, a CNN reproduziu sessões distintas em que Donald Trump repete em qualquer delas precisamente a mesma frase, ao mesmo ritmo e com a mesma entoação (abaixo). As excepções a essa absoluta falta de interesse são as que se vêm acima, quando o jornalista foge ao script das perguntas programadas ou então não se fica com mais uma das respostas mentirosas do presidente (no Washington Post, que as conta, escreve-se que o contador de mentiras está em 20.000 desde o princípio do mandato...). Contudo, para o fazer, o jornalista tem frequentemente que se esquecer que o presidente é o presidente. Porém, até isso se afigura cada vez mais fácil, quando se toma em conta que o presidente é apenas Donald Trump. Foi Andy Warhol que, há mais de cinquenta anos, popularizou a expressão quinze minutos de fama; hoje, nem isso: o repórter que colocou a questão a Trump (S.V. Dáte) tornou-se, ele próprio, notícia. E precisou de apenas quinze segundos...
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