21 de Janeiro de 1950. Morte do escritor britânico Eric Blair, que era - e que continuaria a ser - muito mais conhecido pelo seu pseudónimo de George Orwell. Morria de tuberculose quando ainda não completara 47 anos e já publicara duas obras que, ainda nos dias que correm, se contam entre os verdadeiros clássicos: Mil Novecentos e Oitenta e Quatro e A Quinta dos Animais. Mais do que as circunstâncias em que foram publicadas, qualquer das duas obras continuou a exibir a sua qualidade mesmo depois do colapso do comunismo, de que ambas eram uma magistral denúncia. Costuma ser um dos lugares comuns dos elogios fúnebres, a referência à magnitude da perda pelo falecimento. No caso concreto de Orwell, e ainda com 46 anos, é por demais evidente o quanto isso seria verdade, seriam de esperar dele mais uns vinte anos de uma produção intelectual de qualidade. E no entanto, quem lhe conheça o resto da obra sabe que as suas obras mais conhecidas formam, com as outras (como a que aparece abaixo), um todo bastante complexo e que intriga muitos dos poucos que a conhecem extensamente. As obras e reflexões políticas que ele, hipoteticamente, poderia vir a produzir no futuro, não tivesse morrido, são verdadeiramente um mistério, mas isso também será, para mim, uma indicação do génio da pessoa.
De facto, o que teria escrito se tivesse tido mais tempo!
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