19 janeiro 2020

O JANTAR DE DESPEDIDA AO CAPITÃO SPÍNOLA

19 de Janeiro de 1945. Na página social do Diário de Lisboa uma pequena notícia dá conta de que a revista de Cavalaria está a promover um jantar de despedida para o capitão António Sebastião Spínola. Ora o exército português contaria com muitas centenas de capitães e, certamente, haveria muitas dezenas desses oficiais a despedirem-se das unidades onde estavam colocados sem que os eventuais gestos de simpatia na hora da partida merecessem tanto destaque da imprensa. Para além disso, fiquem a saber os leitores deste blogue menos conhecedores das modas daquela época que o local escolhido para a realização do referido jantar dava logo indicação de uma importância superior do evento: a Pastelaria Marques situava-se no Chiado e o que ela significava socialmente pode ser consultado neste outro blogue. Coisa mesmo fina, mesmo em tempo de guerra e de racionamentos. Que factores se conjugam para que um recém promovido capitão de cavalaria (Spínola fora promovido àquele posto há menos de um ano, em Março de 1944) seja objecto de um jantar de despedida num local tão selecto é, para mim, especialmente a esta distância de 75 anos, um mistério. Do que não me parece restarem dúvidas é que o futuro governador-geral da Guiné (1968-73) e futuro presidente da República (1974) sempre soube promover muito bem a sua pessoa.

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