25 janeiro 2020

O FALSO ALERTA DE UM MÍSSIL BALÍSTICO

25 de Janeiro de 1995. A partir do Centro Espacial de Andøya, ilha do extremo setentrional da Noruega, uma equipa mista de meteorologistas noruegueses e americanos lança um foguete tipo sonda Black Brant para estudar a Aurora Boreal na ocasião mais propícia do Inverno Ártico. Apesar dos protocolos internacionais estabelecidos para estas ocasiões terem sido formalmente cumpridos, notificando previamente os países da vizinhança (Suécia, Finlândia e Rússia) do lançamento, algo terá falhado entre os russos, cujos serviços de rastreamento por radar se viram confrontados com um míssil nos ecrãs que o seu software classificava como podendo ter origem num submarino nuclear norte-americano que estivesse em operação no Oceano Ártico. Declarado o alerta, o presidente Boris Yeltsin viu-se durante uma meia dúzia de minutos perante a famosa mala com os códigos nucleares e confrontado com a decisão de reagir simetricamente ao que parecia configurar uma ameaça de um ataque nuclear dos rivais norte-americanos. Só depois de passados esses poucos mas densíssimos minutos, os técnicos russos puderam confirmar que a trajectória do foguete o afastava de território russo. A história acabou uns escassos 24 minutos depois do lançamento, quando a ogiva do Black Brant se despenhou (como previsto) no mar, ao largo da escassamente povoada ilha norueguesa de Spitsbergen. Do que se sabe até agora, esta foi a ocasião em que, já depois do fim da Guerra Fria, o Mundo mais perto se encontrou de uma potencial guerra nuclear.

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