Há dois anos, a presença de Donald Trump na cimeira de Davos na Suíça foi assinalada com o chinfrim mediático que tradicionalmente as deslocações do género dos presidentes dos Estados Unidos desencadeavam. Chegavam, cheios de estadão (imagens acima) diziam coisas (raramente importantes), mas publicavam-se porque haviam sido proferidas por quem fora. Este ano foi preciso ter estado muito atento para ter dado pelo regresso de Trump ao mesmo local, fazer a mesma coisa, onde disse mais coisas (a acrescer ao raramente importantes, estas agora são também raramente verdadeiras), mas num enquadramento mediático global onde prevalecia o desinteresse pelo que dizia e pela sua pessoa. A opinião publicada no país de Trump parece interessada é no folhetim a respeito da sua destituição e esse decorre em Washington; quanto à opinião que se publica no resto do Mundo, está-se cagando para os disparates de Donald J. Trump, enquanto reza para que aqueles que o rodeiam o segurem para que ele não desencadeie uma Terceira Guerra Mundial só por capricho. Como tradicional, a comunicação social portuguesa foi na manada, mas alguns órgãos de comunicação - como foi o caso abaixo da Euronews - tentaram ser criativos e acirrar uma rivalidade mediática Trump/Greta. Suponho que deve ter fracassado porque está tudo farto do Trump... e está tudo farto da Greta.
O exemplo de Davos elucida-nos de como, quando se fecha a torneira, deixa de jorrar água, os assuntos desaparecem do radar informativo, o segredo estará em quem a manipula, à torneira. Mas, em aparte, é da natureza emblemática (e caricata) dos tempos que correm quando um órgão de informação com algumas responsabilidades como o canal Euronews tenta forjar um despique entre o presidente do mais poderoso país do Mundo e uma garota sueca que é famosa por se ter tornado famosa. O sucessor de Trump vai ter uma trabalheira enorme para recuperar o prestígio do cargo!
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