Treze anos depois dos acontecimentos, sete anos depois de ter sido anunciado, o tão aguardado Inquérito ao Iraque, com os seus dois milhões e meio de palavras, foi finalmente tornado público. A quase totalidade das opiniões publicadas inclinam-se para extrair do texto uma inequívoca condenação à conduta de Tony Blair. Antes de Blair e do Iraque, o último primeiro-ministro que tinha lançado o Reino Unido numa invasão que se viera a revelar um fiasco político semelhante fora Anthony Eden (1897-1977), que invadira o Egipto por ocasião da Crise do Suez no Outono de 1956 e se demitira em Janeiro seguinte. A sua culpa fora a de que agira demasiado autonomamente em relação aos interesses dos Estados Unidos. E por isso passou os 20 anos que se seguiram votado a um quase completo ostracismo. A culpa de Tony Blair é precisamente a oposta: a de que agiu incondicional e acriticamente em consonância com os interesses dos Estados Unidos. Deve ter sido por isso que, ao contrário de Eden, não teve que se demitir poucos meses depois (ainda permaneceu no cargo por mais 4 anos) e aparenta desenvolver uma intensa actividade social de ex-estadista.
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