Há 37 anos a separar estes dois vídeos que têm o mesmo tema de base: o humor acerca das questões do género. Aquilo que os diferencia é também uma explicação do que mudou na questão do género nestes 37 anos. O caracter marginal do tema que permitia que ele fosse aproveitado pelos Monty Phyton no seu filme A Vida de Brian (1979) transformou-se entretanto em algo tão institucional que é discutido - e com que dedicação é discutido e se regressa ao tema!... - nas assembleias políticas, no caso abaixo, foi no parlamento regional do estado federado alemão do Brandeburgo no princípio do mês de Junho passado. Mas, mais do que solucionado, o tema parece ter entrado num ciclo degenerativo de que a maioria da sociedade se dissociou. A proposta dos Verdes brandeburgueses era por uma campanha de aceitação da diversidade sexual e do género. Na sua resposta, este deputado do AfD, Steffen Königer, demorou dois minutos só nos cumprimentos iniciais aos presentes, dirigindo-se no processo a uns 60 géneros diversos que, neste frenesim militante e pelos vistos, já podem ser reconhecidos actualmente na Alemanha. Depois estranhe-se, mas o que faz crescer as formações de extrema-direita como o AfD é que, ao contrário das tradicionais, elas parecem não ter preocupações com a incorrecção política de apontar o ridículo daquilo que já satura: Estas coisas têm que ser sempre com os do costume? Porque é que não há outras campanhas e iniciativas igualmente mediatizadas em prol dos albinos, dos daltónicos, dos anões ou dos canhotos?
Sem comentários:
Enviar um comentário