Ao pesquisar informações sobre o ritmo dos acidentes com autoridades policiais nos Estados Unidos deparei-me com este site acima, Killed by Police. Não sei quem o elabora mas o resultado parece-me suficientemente bem documentado para merecer a divulgação. Porque o que lá consta, impressiona. Quando escrevo e desde o princípio do ano, morreram 630 pessoas em diversos incidentes com forças policiais nos Estados Unidos. É uma média superior a três mortos por dia que se acentua até desde os últimos anos - houve 1.111 mortos em 2014, 1.208 em 2015. Para ter uma outra perspectiva do significado destes números, há que os reduzir à escala portuguesa: equivaleriam a 41 mortos por ano. Não posso pôr as mãos no fogo pela capacidade de escrutínio da nossa comunicação social, mas suponho que as nossas forças policiais não se comportam da mesma maneira. E para comparação repare-se a atenção dedicada às 25 mortes por ano provocadas pela violência doméstica. Mas, para além da violência, há a questão dos grupos sobre a qual ela incide. Se consultarem a lista, hão de reparar que em vários (mas não em todos) os casos existe uma fotografia do falecido. Nos 48 casos de pessoas que morreram já este mês, existe uma foto em metade deles (24). Vendo-as, pode concluir-se que 9 (37,5%) dos falecidos com foto eram afro-americanos, enquanto a proporção de negros na população norte-americana é três vezes inferior a isso (12,8%). Acho que não vale a pena dizer mais nada - o que me intriga, é a petulância das alfândegas deles, convencidos que todos os cidadãos dos países do resto do Mundo querem ir viver para aquele paraíso. Se as nossas polícias matassem umas 40 pessoas por ano suponho que todos andaríamos também a fugir à polícia e nem imagino o que seria se o risco triplicasse por se ser negro...
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