No caso do atentado de Nice, o período de 24 horas que se seguiu ainda permitiu que o apuramento do que acontecera enveredasse por uma de duas opções: a tese do desequilibrado ou a da conspiração islâmica. Depois o primeiro-ministro Valls desautorizou o seu ministro do Interior Cazeneuve e impôs a segunda. Depois daí tornou-se obrigatória, porque regressar à primeira tornar-se-ia numa derrota política do governo francês. O problema é a dificuldade em acreditar no que nos querem impingir. Lembram-se de Aznar e da tentativa de associar a ETA aos atentados de Madrid?...
Na Turquia, pelo contrário, o governo não parece precisar de descobrir ou encobrir a verdade, a impressão que dá é até que ele sabe muito mais do que aquilo que confessa saber. Pelo menos, possuir uma lista de 2.745 magistrados para demitir não parece coisa que esteja guardada numa gaveta da mesinha de cabeceira e que apareça assim de um dia para o outro para pôr em execução. Torna-se pior quando o pretexto próximo para o fazer foi a existência de uma intentona militar - cujos oficiais responsáveis tardam em ser identificados. Enfim, com papas e bolos se enganam os tolos.
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