A notícia acima é recentíssima e nela a TVI24 notabiliza-se – mais uma vez – pelo rigor como domina os tópicos militares: como se pode ler, o acidente envolveu um F-18 norte-americano e o jornalista de serviços escolheu uma fotografia para a ilustrar de um F-16 e (ainda por cima) turco. É assim que se constroem as reputações sólidas. Não bastou a cobertura patética que a estação realizou ao exercício do desembarque anfíbio da NATO – também ele ridículo no seu fracasso. Mas, se este último fiasco que nos foi presenteado pelos directos televisivos foi devidamente noticiado e analisado posteriormente em tom jocoso pela informação escrita, mais reflectida e sustentada, pareceu-me escutar um esquecimento corporativo em relação à qualidade da cobertura noticiosa do directo televisivo que foi tão medíocre – pelo menos o que pude observar na TVI24 – quanto as cenas a que se assistia no areal. Para além de uma locução arrastada, naquele péssimo estilo TSF de quem demora muito tempo a dizer o que tem a dizer, não porque está a procurar ser cuidadoso com o que diz, mas porque há tempo em excesso para o muito pouco que se sabe, o repórter mostrou não perceber patavina do assunto, não se preparara, não deve saber sequer o que terá sido o Dia mais longo, não terá percebido muito bem o que se passara nas cenas iniciais do Resgate do soldado Ryan e nem sequer conseguiu identificar as viaturas Humvee que estavam atascadas no areal. Para ele, eram todo o terreno, assim como o seu estatuto de repórter: todo o terreno, reporta tudo, perceba ou não do que fala. Para quem ache esta situação aceitável, convido-o a imaginar alguém a relatar um jogo de futebol onde desconhece o nome dos jogadores e as regras: o nº6 chutou a bola para o nº8, este não a apanhou e agora vem o nº5 da outra equipa com a bola nas mãos? Convém realçar que aquilo que se passou na Comporta foi duplamente ridículo.
Sem comentários:
Enviar um comentário