Pelos vistos haverá vários modos como os resultados eleitorais dos países da União desagradam aos mercados – não acontece só quando se vota maioritariamente à esquerda como foi o caso português ou num partido sem tradição de poder como era o Syriza na Grécia. No caso da Polónia esse desagrado foi provocado pela vitória e pela maioria absoluta alcançada pela direita nacionalista, uma ideologia a que por cá não estamos acostumados – Passos e Portas também são de direita, mas da internacionalista, e ainda por cima de um internacionalismo muito centro-europeu. Uma das características desta direita nacionalista vencedora é que, não implicando com todo o capital como se acusa a esquerda de fazer, implicam com o capital estrangeiro por serem nacionalistas. E, no caso concreto polaco, propõem-se tributá-lo mais, ao tal capital estrangeiro. Para nós, são propostas capazes de parecer interessantes de experimentar por cá, já que andámos estes últimos anos habituados a que a nossa direita internacionalista, em vez do capital estrangeiro, se concentrasse em tributar mais o trabalho nacional. Mas como o nacionalismo português de direita anda desaparecido... De toda a forma, vi como muito precipitada esta campanha de simpatia (acima) que foi logo desencadeada no dia seguinte ao das eleições polacas em prol das futuras vítimas portuguesas (Jerónimo Martins, o BCP ou a Eurocash¹) da nova maioria política em Varsóvia. Por maior que seja a respeitabilidade e independência de órgãos de informação como o Expresso ou o Observador a relação corporativa entre os nossos agentes económicos, mesmo não estando propriamente dominada pela luta de classes tal qual preconizada pelo marxismo clássico, ainda está muito marcada pelas antipatias espoletadas pelo famoso Aguenta! Aguenta! de Fernando Ulrich... É a vez de Soares dos Santos e de Nuno Amado Trzymaj się! Trzymaj się!
Sem comentários:
Enviar um comentário