26 outubro 2015

OS «PAINELEIROS» DE «PRIME-TIME»

Promover os seus dois paineleiros mais recentes para o jornal das 8 de ontem da TVI mostrará aos ainda cépticos quais as prioridades daquela estação, agora que a emissora vive a crise da orfandade pela saída do professor Marcelo. Se, numa certa perspectiva é reprovável, noutra o expediente utilizado (trazer as peixeiradas futebolísticas para o prime-time) é até engraçado porque ridículo, conhecida a incompetência gritante de Judite Sousa quanto a assuntos de futebol, muito abaixo dos mínimos daquilo que se considera que qualquer adepto deve saber: há dois anos e só para dar um exemplo, quando entrevistou Paulo Bento perguntou-lhe se ele ambicionava vir a treinar um dos grandes, ignorando (e o entrevistado recordou-lho!) que Paulo Bento já treinara o Sporting (ou então excluindo implicitamente esse clube da lista de grandes, o que também não seria muito assisado naquelas circunstâncias...). O que na TVI se pretenderá explorar é a animosidade entre aquele género de convidados. É um equilíbrio perigoso. Há quem mantenha o sangue-frio e quem não o consiga fazer e há uma franja substantiva da audiência que só assiste ao programa para lá estar no momento em que isso – a porrada – acontecer. Porque o paineleiro ideal para um programa destes é um paineleiro veemente... mas manso. Mas o objectivo principal deste texto é que eu quero condenar em antecipação a atitude hipócrita (de condenação e demarcação) da TVI, que eu tenho a certeza que ela adoptará na eventualidade de isso acontecer...

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