Ontem, encontrei esta fotografia dos tempos de parlamentar comunista de Carlos Brito, discursando na Assembleia da República algures durante a década de 1980, mais de uma década antes de se tornar em mais um dissidente do PCP. Tão ou mais importante que o próprio quando discursa, na época como líder do grupo parlamentar dos comunistas (que o foi entre 1976 e 1991), são os camaradas que o acompanham sentados. Da primeira fila para as seguintes e da esquerda para a direita identificam-se: Carlos Carvalhas, que veio a tornar-se no secretário-geral adjunto (1990-92, sob Cunhal) e depois secretário-geral do partido (1992-2004); Octávio Teixeira, que veio a suceder a Carlos Brito como líder parlamentar (1991-2001); atrás, José Magalhães que veio a dissidir do partido em 1991; Jorge Lemos que adoptou a mesma atitude nessa mesma altura; e finalmente, na terceira fila, Zita Seabra, que também abandonou o partido, ainda que mais cedo que os anteriores (1988). Uma fotografia destas, a mais de 25 anos de distância faz-nos compreender que discordar, criticar e abandonar o PCP tornou-se moeda tão corriqueira que nos últimos anos perdeu totalmente o glamour. Nos últimos anos, qualquer comunista de saída do partido tornou-se só mais uma curiosidade.
Vale a pena recordar, pois recordar é viver.
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