Em Agosto de 2011, o governo que agora cessa funções tornou público um documento de 65 páginas intitulado Documento de Estratégia Orçamental 2011-2015, aquilo que à altura poderia ser interpretado como o seu plano de combate para a disciplina das finanças públicas durante a legislatura que se seguiria. Lá para as páginas finais (p. 56) aparecia o gráfico abaixo, onde eram apresentadas as expectativas do que seria o comportamento futuro das finanças públicas portuguesas implementando a referida estratégia orçamental. Porque já foram as eleições e o assunto deixou de ter importância como arma de arremesso político, lembrei-me de o publicar aqui mas com uma adenda: a coluna a vermelho (laranja no caso de 2015, porque o ano ainda está em curso), em que se podem comparar as previsões de então (a cinza) com aquilo que efectivamente se alcançou. O que ali se vê é, possivelmente, a demonstração da maior tragédia destes últimos anos: os estrategas não faziam a mínima ideia da razoabilidade daquilo que se propunham fazer e os resultados que alcançaram foram, além de socialmente dolorosos, penosa e financeiramente escassos. É discutível se se poderia fazer melhor, contudo é-o muito menos se a questão for a de saber se se poderia fazer de forma diferente.
Adenda: E já agora, algumas páginas antes (p. 53) do mesmo documento está este outro quadro que previa um rácio de endividamento público em relação ao PIB de 101,8% para os finais de 2015. Os últimos dados disponíveis (anunciados ontem) informam-nos que o valor actual desse indicador é de 128,7%...
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