Eu bem gostaria de ter a candura de acreditar que a queda sustentada do preço do barril de petróleo (gráfico acima) não terá correlação alguma com a mobilização e a visibilidade das iniciativas que por cá se tem vindo a registar em relação à situação interna em Angola, nomeadamente ao respeito que por lá (não) se professa pelos direitos humanos. Como as pessoas, também os países se habituam a certos níveis de vida luxuosos a que lhes custa renunciar de imediato e isso pode provocar aqueles incumprimentos (vulgo calotes) para os quais há que chamar a atenção polidamente. Admita-se assim que será natural que o fluxo de capitais entre Luanda e Lisboa já tenha conhecido melhores dias e que vale a pena espevitar a memória dos devedores para agilizar esse fluxo. Mesmo quando um jornal notoriamente detido por capitais angolanos escolhe a fotografia abaixo para ilustrar a notícia do protesto do embaixador angolano em Lisboa pelos protestos que aqui decorreram, desconfia-se que, ou a liberdade editorial do jornal se tornou subitamente absoluta, ou a supramencionada causa dos direitos humanos é arrebatadora, ou então serão as dificuldades de tesouraria em Luanda que estão tão disseminadas que até os mais incondicionais têm que dar mostras subtis do seu descontentamento para se fazerem lembrados.
Acessoriamente, também não existe qualquer respeito em Moçambique pelas regras do estado de direito, mas a verdade é que nós nunca contámos muito com o dinheiro que venha de lá... Assim, não há velinhas pelo Dhlakama.
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