Consta que existe uma pessoa importante no PSD chamada Miguel Pinto Luz que, por acaso, ninguém sabia quem fora, até Miguel Relvas ter lançado o seu nome numa entrevista ao Expresso aqui há uns quatro anos. Desde aí, em concreto, e descontando a projecção mediática que continuamente recebe, Miguel Pinto Luz teve oportunidade de a disputar, à liderança, por duas vezes. Da única vez que o fez, em Janeiro de 2020 (há 19 meses), recebeu 3.030 votos em 32.082 votantes. Objectivamente diga-se que, se se tivesse tratado de uma eleição para uma câmara municipal, nem tinha dado para ele ser eleito vereador. Mas isso – o facto de ele não arregimentar votos - é como diz a Teresa Guilherme: não interessa nada. Tornou-se secundário para uma certa forma de avaliar a importância política de alguém. Porque hoje ele lançou um livro. E a malta da ala direita do PSD tem-se manifestado túrgida e húmida nas redes sociais, porque na primeira fila da assistência, a acarinhar Miguel Pinto Luz, estavam Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e Carlos Moedas. E também valerá a pena acreditar que, desta vez, estarão assim tão excitados porque, porventura, o livro será realmente muito bom. Intitula-se Voltar a acreditar na política. A literatura dos ambiciosos do PSD sempre se mostrou excelente (não na qualidade do conteúdo mas para coscuvilhar a respeito de quem foi ao lançamento). Ainda o mês passado foi Jorge Moreira da Silva a editar um prometedor Direito ao Futuro onde estava muita gente interessante. (ninguém já se lembra disso...) E onze anos passados, também não há nenhum militante social-democrata que se preze que se possa esquecer do famoso Mudar de Pedro Passos Coelho, lançado também diante de imensa gente interessante (em contraste, nunca encontrei ninguém que o tivesse lido...).
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