14 outubro 2021

OPERAÇÃO «SKY SHIELD II»

14 de Outubro de 1961. Repetindo e aprimorando um outro exercício que tivera lugar em Setembro de 1960, as Forças Aéreas dos Estados Unidos e do Canadá levaram a efeito um gigantesco exercício militar em que se simulavam as condições para um gigantesco ataque aéreo oriundo - como seria de esperar... - da União Soviética. Só que, para que esta Operação Sky Shield II tivesse lugar, todos os voos da aviação civil no Canadá e nos Estados Unidos tiveram que ser suspensos durante doze horas(!). Como se lê na notícia, a medida terá afectado «273 aparelhos civis canadianos e 1.850 norte-americanos» e, como não se pode ler na notícia, isso terá afectado cerca de 125.000 passageiros. Ao contrário daquilo que se costuma frequentemente escrever a respeito dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, estas foram as primeiras ocasiões em que as operações aéreas civis foram completamente suspensas no espaço aéreo norte-americano. As conclusões dos resultados da Operação Sky Shield II só vieram a tornar-se públicos - e mesmo assim com algumas restrições - em 1997: e não eram brilhantes. Por deficiências de detecção, ou por deficiências de intercepção, cerca de ¾ dos «bombardeiros soviéticos» teriam atingido os seus "alvos". Mas pior, uma outra questão era a do incómodo que a realização destes exercício causava, numa época em que o transporte aéreo crescia exponencialmente a cada ano que passava. No ano seguinte, em Setembro de 1962, uma terceira versão da Operação Sky Shield, a III, mas a suspensão dos voos civis restringiu-se apenas a cinco horas e meia. A avaliação das consequências desta vez foi menos patriótica e apareceu com uma factura de prejuízos apresentada pelas companhias de aviação: 1 milhão de dólares (da época). A Operação Sky Shield IV, prevista para 1963, acabou por ser cancelada e nunca mais se falou em operações àquela escala. Em Setembro de 2001, quando o tráfego aéreo civil foi efectivamente suspenso, o assunto estava esquecido.

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