29 junho 2021

VAMOS CONTINUAR A FAZER DE CONTA QUE NÃO ACONTECEU NADA?...

A edição de hoje do Público é uma demonstração que, caracterizar aquele jornal somente pelas simpatias bloquistas na sua redacção, é uma descrição demasiado simplista das inclinações do jornal. A propósito «das comemorações dos 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva», Vasco de Mello, que é o «presidente dos conselhos de administração da José de Mello e da Brisa, e da direcção da Fundação Amélia de Mello», «dá uma das suas raras entrevistas ao Público». São dez perguntas confortáveis e pretexto para aparecer na capa da edição impressa do jornal com o destaque que a imagem documenta. Enfim, creio que no Público se devia reconhecer que os episódios das recentes audições parlamentares aos grandes devedores do Novo Banco provocaram uma severa mossa na reputação daqueles que eram considerados os grandes empresários e nos denominados grandes grupos económicos portugueses. Convinha que, tanto quem trata das relações públicas desses grupos, como os jornais que acolhem essas operações de promoção, inovassem as mensagens, demarcando o trigo do joio. É que operações como esta que hoje vemos acima promovida em prol do grupo Mello, não se distinguem particularmente de outras, que outrora vimos promovidas, por exemplo, em prol do grupo Ongoing, grupo esse que foi, ainda recentemente, mediaticamente enterrado pela vergonhosa prestação televisiva do seu CEO Nuno Vasconcellos (com dois ll). E esse foi apenas um dos nomes a emergir negativamente das audições acima referidas: Luís Filipe Vieira, Bernardo Moniz da Maia. Enfim, e dando conta do que será o ambiente prevalecente a respeito de grandes empresários, o que é uma pena é que a entrevista de Vasco de Mello não tenha saído emparelhada com a outra grande notícia do dia envolvendo grandes empresários portugueses: a notícia da detenção de Joe Berardo por «alegada fraude à Caixa Geral de Depósitos»...

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