05 junho 2021

OS EXEMPLOS TÊM QUE VIR DE CIMA

Ontem lá houve jogo de bola em Madrid e, para não nos desapontar, lá estavam o Marcelo e o Costa e mais 24 mil espectadores autorizados a assistir ao jogo, num episódio que complementa a barracada da Champions e aquela sensação que nesta coisa das restrições há filhos e enteados. Reconheça-se que desta vez foi em Madrid, e as regras são lá com eles, mas, a propósito do que os dois (Marcelo e Costa) lá foram fazer a Madrid, para além de ir ver o jogo, eu gostaria de saber quando e de que forma é que foi submetida à discussão pública esta iniciativa da candidatura conjunta à organização do Mundial de Futebol de 2030? É que, imagine-se lá, eu sou contra! Pensei que tínhamos ficados vacinados depois do que aconteceu com as dívidas do Euro 2004. E, por outro lado, e já que a situação de pandemia está a dificultar os meus planos de férias no estrangeiro, gostaria que os parlamentares e a presidência me informassem se será assim tão indispensável que Marcelo se ande a passear pela Eslovénia, Bulgária e Madrid nesta altura, sem que se sinta na obrigatoriedade de prestar satisfações sobre os propósitos de tais visitas. Que terão de ser muito mais importantes do que a minha ansiada visita à Provença. Eu bem sei que a assembleia aprovou a «promenade» de Marcelo por unanimidade, mas, inspirado no episódio (também recente) da controversa aprovação (sem votos contra) da Carta Portuguesa dos Direitos Fundamentais na Era Digital, contestada depois, mas já fora do parlamento, predomina uma sensação difusa que a autoridade e o bom senso das instituições que são - têm de ser - os alicerces do Estado português - presidência, governo, assembleia, tribunais - a autoridade de todas elas anda pelas ruas da amargura. Para a conservar, dar o exemplo nestas circunstâncias difíceis sempre foi muito importante e é isso que não se vê.

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