Em França, o país que sempre se arrogou ser o campeão mundial da restauração (recorde-se a petulância da atribuição das estrelas Michelin...), parecem estar a popularizar-se os «clandés», restaurantes clandestinos onde, de acordo com notícias que se podem ler na imprensa local, as autoridades policiais já surpreenderam à mesa todo o género de clientes, incluindo polícias e mesmo magistrados. O país é outro, o século é outro e aqui trata-se de comida em vez de bebida, mas tudo nas cenas acima descritas me faz lembrar os famosos speakeasys, os bares clandestinos dos tempos da Lei Seca nos Estados Unidos. Só que em França, em vez de se beber apenas uns copos, nos clandés almoça-se ou janta-se, com o condimento de que aquilo que se faz é proibido. A acreditar no precedente de há 100 anos, com os tempos, a clandestinidade do gesto há de ser cada vez mais tolerada, até se banalizar e propiciar fotografias como as que se vêm acima. Ou então, acaba-se antes com os exageros, para que não aconteça que as medidas restritivas não sejam acatadas e se esfarelem no ridículo de ninguém as cumprir. Parece que em França, e apesar de tudo, o presidente Macron já deu pelo perigo que isso aconteça...
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