08 fevereiro 2021

AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS FRANCESAS DE 8 DE FEVEREIRO DE 1871

8 de Fevereiro de 1871. Mau grado as rendições do regime imperial em Sedan e do regime republicano em Paris e a consequente derrota efectiva da França na Guerra Franco-Prussiana, apesar da ocupação pelo inimigo de quase metade do país (43 departamentos em 89), têm lugar as eleições legislativas francesas. Apesar de ocupantes e de vencedores que exigiam severas compensações (5.000 mil milhões e as duas províncias da Alsácia e da Lorena), os prussianos de Bismarck comportaram-se para a ocasião como políticos finos, facilitando as eleições quando não mesmo a logística da propaganda das listas dos «candidatos da paz». Porque a França fora vencida, mas o problema que subsistia era que ela aceitasse a derrota. E essa aceitação precisava de ser legitimada por um acto eleitoral que robustecesse as teses da ala republicana moderada que se mostrava disposta a aceitar o veredicto das armas e as respectivas consequências, facção essa encabeçada pelo veterano septuagenário Adolphe Thiers (acima, à esquerda). Contra si, pontificava a facção republicana mais radical, dirigida por Léon Gambetta (à direita), que se mostrava contra a aceitação daquelas condições impostas pelos prussianos e a favor da continuação da resistência aos alemães. O que há a dizer dos resultados da consulta ao eleitorado francês entre estas duas facções republicanas... é que ganharam os monárquicos! O resto da França recusava-se a seguir a França urbana: os monárquicos, representados no quadro acima a azul (escuro para os legitimistas - 182 lugares - e claro para os orleanistas - 214 lugares) detinham uma robusta maioria da primeira assembleia eleita da nova República, que fora proclamada em Paris há cinco meses... Isto às vezes é uma chatice convocar o eleitorado para resolver uma disputa política.

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