14 fevereiro 2021

O REGRESSO À TEORIA DA EVOLUÇÃO DE CHARLES DARWIN

14 de Fevereiro de 2001. Revertendo uma polémica decisão tomada em 1999, o Conselho de Educação do Kansas votou nesse dia para que se reincluísse no programa científico das escolas secundárias daquele estado americano a Teoria da Evolução de Charles Darwin. A decisão, alcançada por 7 votos contra 3, foi uma consequência das eleições de Novembro de 2000, quando três membros do conselho perderam o lugar depois de terem votado pela remoção daquela teoria sobre a origem e evolução da humanidade dos programas científicos das escolas públicas, permitindo, ao mesmo tempo, que teorias «alternativas» fossem ensinadas. Vale a pena precisar que a resolução de 1999 nunca proibira o ensino da Teoria Evolução, nem exigira o ensino da História Bíblica da Criação em alternativa; porém, retirara a Teoria de Darwin da matéria de avaliação nos testes padronizados feitos pelos alunos do Kansas. A decisão correra mundo, e tornara-se, nas palavras do próprio governador do Estado, Bill Graves, um «embaraço» para o Kansas. E no entanto, por muito patusco, ridículo e pitoresco que consideremos este episódio ocorrido já em pleno século XXI, a controvérsia estava longe de estar encerrada: em 2005 o mesmo estado do Kansas tornou a ganhar notoriedade precisamente pela mesma razão, com umas «Audições sobre a Evolução» que colocaram o criacionismo novamente na agenda, agora reciclado numa nova teoria do design inteligente. É através destas pequenas efemérides que se consegue perceber a América obscurantista que elegeu Donald Trump.

Sem comentários:

Enviar um comentário