20 de Fevereiro de 1941. O jornal do costume, ao apresentar «a marcha das operações», descrevia um cenário que correspondia à vitória da Grécia, que derrotara a invasão italiana partida da Albânia, onde agora se travavam os combates, e onde «as tropas gregas continua(va)m a progredir».» Os comunicados de Atenas sobre a situação militar rivalizavam em exuberância e pomposidade com os de Roma, apesar desta última ser a campeã das notícias farfalhudas de entre todos os beligerantes da Segunda Guerra. O problema é que Atenas estava a ser muito mais rigoroso nas suas gabarolices do que Roma. Nesse dia, embora o Diário de Lisboa não o noticiasse porque não se soubera, o governo grego rejeitara uma oferta do governo alemão para mediar o conflito. Apesar das aparências, a situação era de impasse: a Grécia desbaratara a ofensiva italiana, colocara-os em cheque, mas faltavam-lhe os meios militares adicionais para os expulsar da Albânia. Por outro lado, as movimentações dos alemães, em conjunção com alguns dos vizinhos balcânicos da Grécia (Bulgária e Jugoslávia), obrigavam os gregos a ter de prestar atenção a outras frentes. Mas o maior problema da Grécia de há oitenta anos fora a morte inesperada em 29 de Janeiro, aos 69 anos, do ditador Ioánnis Metaxás, o homem forte do regime grego. A rearrumação das forças entre as principais figuras políticas e militares da Grécia fazia-se agora sentir na indecisão sobre a conduta a assumir, como aproveitar da melhor maneira possível a ligeira vantagem adquirida pela asneira cometida pela Itália de Mussolini.
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