27 de Fevereiro de 1946. Eram tempos em que os escrutínios das eleições se processavam a outro ritmo, e só dia 27, Quarta-Feira, começavam a chegar as primeiras notícias sobre resultados da votação das eleições presidenciais argentinas, que haviam tido lugar no Domingo, dia 24. As notícias que chegavam de Buenos Aires davam conta da vantagem do candidato democrático, José Tamborini, que concorria contra o candidato trabalhista, Juan Domingo Perón. As explicações tradicionais não ajudam a explicar o posicionamento de cada um dos candidatos, considerado a especificidade da política argentina de então. Basta dizer que as organizações sindicais apoiavam Perón, enquanto os partidos Socialista e Comunista locais estavam com Tamborini; este contava com o apoio da maioria das formações da direita clássica, enquanto Perón predominava entre a extrema-direita e era considerado mesmo como um simpatizante da Alemanha nazi; por causa disso, Perón confrontava-se com a antipatia assumida dos Estados Unidos, que financiara a campanha de Tamborini. Mas o engraçado da notícia supra, é que «a impressão dominante nos círculos políticos argentinos bem informados» iria brevemente vir a ser desmentida pela contagem dos votos das urnas. Por muito que a opinião publicada não o quisesse, Perón ganhou as eleições e a sua vitória representava a governação política em prol das classes mais desprivilegiadas da Argentina.
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