O que é importante na notícia abaixo é o facto de ela não ser notícia. Confuso? Por décadas a fio a opinião publicada brindou-nos incessantemente com as travessuras e deambulações de Pedro Santana Lopes, como se tudo aquilo que ele fez e também o que andou por aí a fazer, por ser feito por ele, tivesse um interesse supletivo para a opinião pública. Atrás de si, Pedro Santana Lopes deixou um rastro de desgraças das quais a mesma comunicação social que o promovia nunca teve a ousadia de mencionar, fossem elas - as desgraças - um clube de futebol (Sporting), duas autarquias hiper-endividadas (Figueira da Foz e Lisboa), um governo sem rei nem roque (XVI governo constitucional), uma passagem para esquecer por uma IPSS (Santa Casa da Misericórdia). Quando se vier a fazer o computo destes anos, Pedro Santana Lopes personificará a impunidade política (e vamos a ver se José Sócrates não personificará a impunidade criminal...). Uma impunidade que se prolongou até há bem pouco tempo, quando, depois de se candidatar a regressar à liderança do PSD sob o slogan da unidade do partido, o abandonou pouco depois para fundar um novo. Um novo partido que, mau grado a promoção da opinião publicada, conseguiu o inconseguimento de não eleger um único deputado - o próprio Pedro Santana Lopes - nas eleições do passado Outono, ficando aquém do Chega, da Iniciativa Liberal e do Livre. O eleitorado, a opinião pública, teve finalmente a oportunidade de, através do seu voto, esclarecer a opinião publicada onde que esta última podia enfiar a pretensa popularidade de Pedro Santana Lopes. De há sete meses para cá, criador (PSL) e criatura (Aliança) debatem-se num estertor agónico para chamar a atenção sobre si, no meio das deserções dos admiradores do Pedro, mas o mais interessante desta notícia abaixo é o facto de que o pedido de dispensa de Pedro Santana Lopes (naturalmente deferido!...) já ter ocorrido há uns dias e só ter sido notícia no jornal Sol. Por todas as outras paragens mediáticas, já se terá chegado à conclusão - finalmente! - que a pessoa de Pedro Santana Lopes já foi chão que deu uvas?...
... o valioso neste blog, pelo menos para mim, é que existe um gama de cinzentos, por vezes com dimensão, entre o preto e o branco. Falha é no amén da caixa dos comentários. Quase sempre alinhados, ou então no vazio ao dizer que sim. Aprende-se mais com o contraditório ao Luis Lavoura, sobre os estímulos das entradas sobre o que se lê.
ResponderEliminarQuanto à crítica que faz ao conteúdo da caixa de comentários, saberá tão bem quanto eu que isso dependerá daquilo que os leitores, como será o seu caso, entendam por bem escrever na caixa respectiva.
ResponderEliminarMas sempre lhe posso acrescentar que a experiência de quase 14 anos me ensinou que a sinceridade e a honestidade do que aqui aparece escrito varia na proporção directa da capacidade do autor do comentário para se identificar. Não lhe escondo que classifico o seu comentário na categoria mais baixa da escala.
Contudo, se considera que "se aprende mais com o contraditório ao Luís Lavoura" então tem bom remédio, que já dei por ele a chatear numa data de caixas de comentários de outros blogues. Só tem que os encontrar. Aqui o Lavoura só serve para servir de tópico para a paródia. Afinal, nem o trato pior do que aquilo que faço com Pedro Santana Lopes.