22 de Maio de 1990. Unificação do Iémen. O Iémen fica longe e a notícia mereceu apenas uma breve referência no jornal daquele dia (acima). Na época, pareceu mais um daquelas rectificações de fronteiras que se haviam tornado possíveis por causa da distensão da situação internacional depois da Guerra Fria. Mas não. Repare-se como a expressão empregue é unificação e não reunificação. Os dois Iémenes vieram a mostrar-se quanto estavam muito longe de constituir uma entidade social comum ou de, então, compartilharem aspirações para um futuro comum. A histórica política naquele canto da península Arábica sempre foi turbulenta, pautada por múltiplas entidades políticas, num espaço de autoridade(s) muito fragmentada(s). E assim iria tender a continuar. Houve uma guerra civil em 1994 para reverter esta unificação de 1990, mas as forças secessionistas foram derrotadas. Mas essas forças secessionistas subsistem, embora ultimamente estejam coligadas com o governo central, por causa de uma outra guerra civil em curso no Iémen. Quando aparecem aqueles analistas com pretensões que as situações internacionais a que se referem pode descrever-se de forma muito simples - modelo Pedro Marques Lopes - fico sempre com ganas de os mandar escrever um texto sucinto em que descrevam a situação politico-militar iemenita, mesmo para lhes tirar as peneiras.
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