Ainda 23 de Maio de 1945. A reinstalação da autoridade francesa naqueles que haviam sido os seus mandatos no Próximo Oriente (Síria e Líbano) mostra-se mais do que problemática. Os dois países haviam aproveitado o período de extrema fraqueza da França depois da sua derrota de 1940 para ambos ganharem autonomia e até proclamarem a sua independência (1943 e 1944), sob a tutela das tropa de ocupação britânicas que ocupavam os países desde 1941. Com o fim da Guerra em 8 de Maio de 1945, pensara-se em Paris reencetar os programas de autonomia progressiva que haviam sido previsto ainda antes de 1939. Era esquecer cinco anos de acontecimentos decisivos, contar com a colaboração benévola dos britânicos, mais a solidariedade de americanos e russos, e ainda presumir a complacência benévola dos árabes. A França comportava-se como um daqueles seus aristocratas que foram corridos dos seus domínios por ocasião da Revolução de 1789 e que agora regressava a tomar posse dos seus palácios, pretendendo que nada de substantivo se alterara com os anos de ausência. Fica por saber se era ingenuidade ou se era apenas petulância gálica, mas iriam confrontar-se com uma resistência militar que superava a capacidade militar francesa em lhes fazer face - os exércitos coloniais locais haviam-se bandeado em peso (70% dos quadros e 40% dos soldados) para o lado das forças independentistas. Dia 28 de Maio os franceses viriam a receber uma nota americana a respeito da sua política na região e a 31 de Maio seriam os britânicos a exigir que os franceses aceitassem um cessar fogo. Os dias da França no Próximo Oriente estavam contados. Na revanche, nos anos que se seguiram, os franceses iriam cuidar de contribuir para emerdar o mais possível todas as iniciativas britânicas para resolver o problema palestiniano, do qual o Reino Unido iria sair dali por três anos e com o rabo entre as pernas...
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