14 de Maio de 1940. A última página do Diário de Lisboa é completamente dedicada ao que se ia sabendo sobre os acontecimentos na frente ocidental. Era perceptível o carácter decisivo das batalhas que se travavam. Porém, a informação estava (sabe-se hoje) um dia atrasada. No dia anterior e «nos arredores de Sedan» a Wehrmacht havia conseguido atravessar o rio Mosa e logo em quatro locais distintos: Houx e Dinant na Bélgica, Monthermé e Sedan em França. Os franceses costumam reescrever este episódio como se se tivesse tratado de uma brecha cunhada pelas armas alemãs por causa de razões circunstanciais. Nada menos verdadeiro: a superioridade táctica alemã era tal que os seus exércitos forçaram não uma, mas quatro brechas no dispositivo defensivo franco-belga. E depois continuaram em frente... Que há oitenta anos um jornal lisboeta não acompanhasse a situação militar nas frentes de combate, desculpa-se; o problema é que no GQG francês, nesse mesmo dia, procurava-se colmatar as brechas mas ainda sem se compreender quais eram as intenções do inimigo.
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