05 maio 2020

O FIM DO SEQUESTRO DA EMBAIXADA IRANIANA EM LONDRES

5 de Maio de 1980. Chega ao fim o sequestro de cinco dias à embaixada iraniana em Londres. Os assaltantes eram um comando de seis homens da minoria árabe do Irão, que haviam feito originalmente 26 reféns. Seguiram-se dias de negociações, em que as opiniões públicas ocidentais se mostravam vacilantes quanto à sua opinião: afinal, seis meses antes haviam sido os próprios iranianos a promover um assalto à embaixada norte-americana em Teerão. Mas os britânicos haviam conduzido o assunto preservando toda a legalidade das regras seculares de diplomacia: por exemplo, o assalto de há quarenta anos revestia-se da delicadeza de incidir sobre território iraniano. Coberto em directo pelas câmaras da TV (acima), o episódio serviu para promover as virtudes do SAS. Na verdade, e do ponto de vista informativo, a cobertura em directo serviu para mostrar que uma cobertura em directo pode não servir para nada: não se percebe o que está acontecer, mas a coreografia pode servir para um eficiente instrumento de propaganda: a reputação do SAS atingiu um zénite. Morreram quase todos os assaltantes, salvaram-se quase todos os reféns. Nunca mais se ouviu falar da organização que reivindicara a acção. Quarenta anos depois, ainda não se consegue ter a certeza de quem realmente a organizou - Estados Unidos? Iraque? Outros?...

1 comentário:

  1. Quarenta anos depois, a operação tem/teve direito a uma vitrine e à passagem da reportagem televisiva numa exposição sobre operações secretas/especiais do Imperial War Museum. Boa parte dessa exposição cruzava-se com operações do SAS, embora não fosse exclusivamente sobre esse tema. Havia referências à criptografia com a apresentação de uma máquina Enigma. Mas a ideia com que fiquei vem ao encontro daquilo que já aqui escreveu várias vezes. Seja bom ou mau, tudo é aproveitado e devidamente dourado para demonstrar a grande Inglaterra.

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