Que, nas ditaduras, as estatísticas dizem aquilo que as autoridades querem que seja dito, é um dado adquirido. Em Portugal, ficou famoso o episódio de finais de Novembro de 1967 em que, perante o número crescente de vítimas das enxurradas que haviam ocorrido ao redor de Lisboa em 25 daquele mês, a censura decidiu que na comunicação social se deixava de poder noticiar mais mortes quando elas começaram a atingir a escala das várias centenas. Ainda no mesmo registo se anda hoje lá pelas paragens das grandes ditaduras do oriente, da Rússia à China. Só que com uma diferença: enquanto que na Rússia ainda há quem, em liberdade, se disponha a escrutinar aquilo que está a ser por lá publicado como dados oficiais sobre a pandemia (primeira das notícias acima), na China, ou melhor, a respeito da China, não aparece quem se disponha a denunciar a plausibilidade das coisas absurdas que ali se escrevem. Note-se: eu até posso aceitar a versão que a pandemia está dominada na China; é suspeito, mas seria preciso investigar no local para comprovar o contrário e isso não posso fazer. Agora: pretende-se que num mês e num país com 1.400 milhões de habitantes não morreu NINGUÉM por causas que sejam atribuíveis ao coronavírus?! Investigaram bem?... Não estarão a ser os chineses ainda mais aldrabões do que os russos? Claro que nada disto é inocente e nós só o seremos (inocentes) se acreditarmos naquilo que a China escreva depois de gerar este ambiente de (des)confiança: quando nos tentam persuadir que «a produção industrial da China superou as expectativas», digam-nos lá quem é que as tinha (às expectativas) e quem são os "analistas" que "previam" coisas, que "apontavam" crescimentos...
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