27 de Maio de 1960. Golpe de estado na Turquia. Estávamos num tempo em que os golpes de estado perpetrados pelos militares ainda eram tolerados nos países sob a tutela dos Estados Unidos, desde que, e note-se a redacção dada à notícia acima, se tratasse de criar um período intercalar «até à realização de novas eleições». O problema destas iniciativas costumava ser o grau de liberdade como se realizavam essas eleições prometidas pelos militares. Mas aqui na Turquia e neste caso, pôs-se um outro problema mais imediato: o que fazer com as eminências do regime deposto? (que vemos na fotografia abaixo, da direita para a esquerda: o presidente Celâl Bayar (1883-1986), o primeiro-ministro Adnan Menderes (1899-1961), o ministro das Finanças Hasan Polatkan (1915-1961) , o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fatin Rüştü Zorlu (1910-1961), etc.) Num julgamento dinâmico e rápido, realizado em Setembro de 1961 (quando a fotografia foi colhida), todos foram condenados à morte e, com excepção do septuagenário ex-presidente, cuja pena veio a ser comutada, todos foram realmente executados. As execuções foram um desastre de relações públicas da imagem do regime militar turco diante de toda a comunidade internacional. Por todo o Mundo, as cliques militares com ambições de intervir sob qualquer pretexto na arena política perceberam a mudança dos tempos, até - ou sobretudo... - na América Latina. Só ficou mesmo o general Alcazar do Tintin...
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