Há precisamente doze anos, em 19 de Março de 2003, o presidente George W. Bush proferia este famoso discurso anunciando a invasão do Iraque, que a sua administração baptizou de Operação Liberdade para o Iraque (Iraqi Freedom). Uma dúzia de anos passados é o que se sabe quando às liberdades de que os iraquianos usufruem, especialmente os que vivem nas áreas ocupadas pelos guerrilheiros islâmicos. Um erro que, mesmo da perspectiva mais egoísta de o analisar, custou a vida a 4.500 militares norte-americanos sem contrapartidas tangíveis. A expressão que escolhi para título (Lest We Forget), que costuma ser citada repetida, é o refrão de um famoso poema do britânico Rudyard Kipling (1865-1936) intitulado Recessional, composto original e propositadamente para o jubileu da rainha Vitória (1897). Para além do apelo de significado mais aparente, a que não nos esqueçamos, o contexto em que aquela expressão é repetida ao longo do poema torna-o também um apelo para a contenção e a humildade no exercício do poder imperial. É apropriado para recordar que nem Bush nem os conservadores norte-americanos detêm o monopólio das invocações religiosas e que nem sempre estas se enquadram no sentido das invocações - God Bless! - que eles empregam...
RECESSIONAL (1897)
God of our fathers, known of old,
God of our fathers, known of old,
Lord of our far-flung battle-line,
Beneath whose awful Hand we hold
Dominion over palm and pine—
Lord God of Hosts, be with us yet,
Lest we forget—lest we forget!
The tumult and the shouting dies;
The Captains and the Kings depart:
Still stands Thine ancient sacrifice,
An humble and a contrite heart.
Lord God of Hosts, be with us yet,
Lest we forget—lest we forget!
Far-called, our navies melt away;
On dune and headland sinks the fire:
Lo, all our pomp of yesterday
Is one with Nineveh and Tyre!
Judge of the Nations, spare us yet,
Lest we forget—lest we forget!
If, drunk with sight of power, we loose
Wild tongues that have not Thee in awe,
Such boastings as the Gentiles use,
Or lesser breeds without the Law—
Lord God of Hosts, be with us yet,
Lest we forget—lest we forget!
For heathen heart that puts her trust
In reeking tube and iron shard,
All valiant dust that builds on dust,
And guarding, calls not Thee to guard,
For frantic boast and foolish word—
Thy mercy on Thy People, Lord!
E no próximo 1 de Maio ainda cá poderemos voltar para celebrar o 12º aniversário do Cumprimento da Missão...
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