Mas não consta que os correligionários tenham andado por lá a arrancar os cabelos ou a insultar o sistema judicial. Além disso, já na primeira instância o juiz tinha sido bem expressivo: “"A public servant who accepts bribes is akin to a traitor, … the defendants deserve a severe punishment that will help uproot corruption.”
E fizeram bem (os de Israel), que os de cá estarão a fazer pior - de um lado e de outro. Pequeno pormenor: segundo sei, convenciona-se que nas citações ou se cita no original - se o idioma tiver ampla divulgação - ou no idioma comum dos intervenientes. Ora eu suspeito que os julgamentos em Israel são em hebraico, não em inglês. Se não for para citar o juiz no original (e eu até sei - mas só sei isso... - que o alfabeto hebraico se escreve da direita para a esquerda), então será melhor traduzir as suas palavras para português.
Perdoe-se-me a comparação, mas é como aquele partido neonazi grego que ouço repetida e estupidamente «alcunhado» de «Golden Dawn»; ou é o «Χρυσή Αυγή», ou a sua transliteração para alfabeto latino, «Chrysí Avgí», ou então designemo-lo por "Aurora Dourada". Não vejo nenhuma vantagem designando-o por «Golden Dawn» em comparação com "Aube Dorée" ou "Goldene Morgendämmerung". Mas claro, isto sou eu a pretender que esta coisa das citações devia ter lógica.
Certo. Aceito e concordo com ambos os reparos. No concernente a pormenores e à sua importância, esta é tanto maior quanto a posição relativa dos autores, seja considerando o domínio que possuem sobre o meio em que se expressam, seja o nível de conhecimentos e pesquisa sobre o assunto exigível ao seu estatuto. Idêntica condescendência se aplicará a desejáveis critérios como os da coerência, consistência ou fundamentação, eles próprios dependentes da abrangência e extensão do que é dito ou escrito. A exigência relativamente a um artigo de opinião publicado num jornal não pode nem deve ser igual à que se coloca a um bloguista, ainda que frequentemente se constate estes terem bastante mais qualidade. Por maioria de razão, uma caixa de comentários não passa disso mesmo: um conjunto de diversos comentários. Embora todos nós sejamos herdeiros de Roma, nem todos recebemos a mesma herança… e ainda que a tivéssemos recebido, nem todos a saberíamos usar com a mesma proficiência.
Ok, Alfredo. «I rest my case», aplicando-se neste caso o original do remate de uma argumentação final num julgamento seguindo as normas do Direito Anglo-Saxónico... e derivados.
A despropósito, julgo aperceber-me que aquele teste que fizeste no «facebook» sobre quem lê os textos quem só lê os bonecos está a dar um resultado desapontador. Ou não?...
Sim, o teste está a ser desapontador (?). E prova outra coisa: apesar do resultado depender, obviamente, do número de contactos presente na lista de cada um, varia na razão contrária e de forma acentuada.
É «enternecedor», não é? Eu suspeito que as pessoas, com tanta superficialidade, ainda não se aperceberam do impacto que estas aplicações podem ter na imagem pessoal que projectam.
De uma forma activa e mais imediata, pelas calinadas gramaticais que "exibem": a confusão entre a conjugação reflexa (trata-se) e o pretérito imperfeito do conjuntivo (tratasse) já se tornou um «clássico» do género.
De forma passiva, pela devassa que aquelas aplicações permitem à vida pessoal de cada um. Se elas exibem ao Mundo que se esteve a jogar "Candy Crush Saga" durante 6 horas mas depois o jogador mostra a sua completa ignorância sobre um qualquer assunto importante da actualidade política ou económica, aquela desculpa consagrada da "falta de tempo" já não "pegará".
Em suma, e com mais este teu teste se comprova (...quem lê as letras?), estas coisas do facebook (e da internet em geral) são um rebaixamento generalizado àquilo que colectivamente se pretendia que fosse a "densidade" intelectual da sociedade.
Mas não consta que os correligionários tenham andado por lá a arrancar os cabelos ou a insultar o sistema judicial. Além disso, já na primeira instância o juiz tinha sido bem expressivo: “"A public servant who accepts bribes is akin to a traitor, … the defendants deserve a severe punishment that will help uproot corruption.”
ResponderEliminarE fizeram bem (os de Israel), que os de cá estarão a fazer pior - de um lado e de outro. Pequeno pormenor: segundo sei, convenciona-se que nas citações ou se cita no original - se o idioma tiver ampla divulgação - ou no idioma comum dos intervenientes. Ora eu suspeito que os julgamentos em Israel são em hebraico, não em inglês. Se não for para citar o juiz no original (e eu até sei - mas só sei isso... - que o alfabeto hebraico se escreve da direita para a esquerda), então será melhor traduzir as suas palavras para português.
ResponderEliminarPerdoe-se-me a comparação, mas é como aquele partido neonazi grego que ouço repetida e estupidamente «alcunhado» de «Golden Dawn»; ou é o «Χρυσή Αυγή», ou a sua transliteração para alfabeto latino, «Chrysí Avgí», ou então designemo-lo por "Aurora Dourada". Não vejo nenhuma vantagem designando-o por «Golden Dawn» em comparação com "Aube Dorée" ou "Goldene Morgendämmerung". Mas claro, isto sou eu a pretender que esta coisa das citações devia ter lógica.
Certo. Aceito e concordo com ambos os reparos.
EliminarNo concernente a pormenores e à sua importância, esta é tanto maior quanto a posição relativa dos autores, seja considerando o domínio que possuem sobre o meio em que se expressam, seja o nível de conhecimentos e pesquisa sobre o assunto exigível ao seu estatuto. Idêntica condescendência se aplicará a desejáveis critérios como os da coerência, consistência ou fundamentação, eles próprios dependentes da abrangência e extensão do que é dito ou escrito. A exigência relativamente a um artigo de opinião publicado num jornal não pode nem deve ser igual à que se coloca a um bloguista, ainda que frequentemente se constate estes terem bastante mais qualidade. Por maioria de razão, uma caixa de comentários não passa disso mesmo: um conjunto de diversos comentários. Embora todos nós sejamos herdeiros de Roma, nem todos recebemos a mesma herança… e ainda que a tivéssemos recebido, nem todos a saberíamos usar com a mesma proficiência.
Ok, Alfredo. «I rest my case», aplicando-se neste caso o original do remate de uma argumentação final num julgamento seguindo as normas do Direito Anglo-Saxónico... e derivados.
EliminarA despropósito, julgo aperceber-me que aquele teste que fizeste no «facebook» sobre quem lê os textos quem só lê os bonecos está a dar um resultado desapontador. Ou não?...
Sim, o teste está a ser desapontador (?). E prova outra coisa: apesar do resultado depender, obviamente, do número de contactos presente na lista de cada um, varia na razão contrária e de forma acentuada.
EliminarÉ «enternecedor», não é? Eu suspeito que as pessoas, com tanta superficialidade, ainda não se aperceberam do impacto que estas aplicações podem ter na imagem pessoal que projectam.
EliminarDe uma forma activa e mais imediata, pelas calinadas gramaticais que "exibem": a confusão entre a conjugação reflexa (trata-se) e o pretérito imperfeito do conjuntivo (tratasse) já se tornou um «clássico» do género.
De forma passiva, pela devassa que aquelas aplicações permitem à vida pessoal de cada um. Se elas exibem ao Mundo que se esteve a jogar "Candy Crush Saga" durante 6 horas mas depois o jogador mostra a sua completa ignorância sobre um qualquer assunto importante da actualidade política ou económica, aquela desculpa consagrada da "falta de tempo" já não "pegará".
Em suma, e com mais este teu teste se comprova (...quem lê as letras?), estas coisas do facebook (e da internet em geral) são um rebaixamento generalizado àquilo que colectivamente se pretendia que fosse a "densidade" intelectual da sociedade.