30 março 2015

BRINCADEIRAS PROIBIDAS


Aqueles que são idolatrados em excesso por uma geração tendem a ser ridicularizados pelas que se lhe seguem. O que incomodará na revisitação da visita de há quarenta anos de Jean-Paul Sartre a Portugal, mais do que a atitude do próprio, foi a atitude deferente, a roçar o servil, de um indigenato local que, pretendendo-se cosmopolita, hoje se percebe claramente que não enxergaria muito para além do que era moda em Paris. A fotografia abaixo de Jean-Paul Sartre em visita ao Ralis, unidade revolucionária por excelência, parece-me um dos momentos mais significativos do ambiente que rodeou o périplo do filósofo francês. Na companhia, entre outros, do capitão Quinhones (de óculos), um dos heróis, o-das-platinas-à-solta, do 11 de Março, Sartre segura numa G-3 com a falta de jeito demonstrativa de que as armas serão concretas demais para as suas abstracções. Para acompanhar tal foto, tanto pelo título como pela origem, pelo distanciamento nostálgico, a música apropriada será mesmo Brincadeiras Proibidas...

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