31 outubro 2014

O ENTUSIASMO EXUBERANTE E DESASTRADO DE ASCENSO SIMÕES

Ascenso Simões é um político socialista com uma imagem efusiva. A imagem dele que eu teria preferido para enfeitar este poste seria um outro abraço, assestado simultaneamente a António Costa e a José Magalhães, quando da saída do primeiro da pasta da Administração Interna para a presidência da Câmara de Lisboa (2007), que os deixou a ambos a massajar a testa depois da cabeçada involuntária provocada pela exuberância como Ascenso Simões lhes deu um abraço tríplice que se pretendia cúmplice. Ascenso é um bom rapaz, mas é um bocado desastrado, recorde-se a propósito um episódio velho de oito anos, em que ele pretendia mobilizar o sector vitivinícola para combater a sinistralidade rodoviária. A idade não lhe terá dado siso. Agora deu-lhe para se intrometer na prerrogativa presidencial da concessão de condecorações, caso de uma Grã-Cruz da Ordem de Cristo que Cavaco Silva devia, mas não atribuiu, a José Sócrates. Ascenso Simões devia deixar o presidente atribuir as suas condecorações discricionariamente como lhe compete: desde a Grã-Cruz do Mérito Empresarial a Zeinal Bava em Junho passado até ao Grande Colar da Ordem do Infante a Durão Barroso, notícia de hoje. Assim como há insultos que podem ser tomados por elogios pelo destinatário, também haverá condecorações que, consideradas as circunstâncias, podem ser maculadas por quem as outorga. Se a opinião expressa por Ascenso Simões (mais a campanha adjacente) correspondem à opinião íntima de José Sócrates, mais do que discordar deste último, acho que Sócrates está profundamente errado.

Porque, quanto a Cavaco Silva, os enxovalhos públicos que já recebeu, às mãos de figuras politicamente irrelevantes como Carlos do Carmo, indiciam que, como se diz no Brasil, ele não perde por esperar pelo fim do mandato, a batata dele está assando...

Sem comentários:

Enviar um comentário