A pretexto dos mapas eleitorais que nos mostram um Brasil tropical e nortenho a votar em Dilma e outro mais temperado e meridional a votar em Aécio, vale a pena, para os que formulam conclusões muito pesquisadas a partir daí, exibir esta fotografia que foi tirada há cerca de 150 anos numa localidade baiana não especificada e que permanece emblemática da História brasileira. Segundo constava da legenda do site onde a encontrei, a razão para a foto e para a indumentária aperaltada dos carregadores fora a sua manumissão (concessão da alforria que os libertava da condição de escravos). Veja-se como é curiosa nessa indumentária a exuberância dos chapéus altos quando em contraste com a ausência de sapatos ou meias. Para quem trabalha caminhando e não pensando, teria sido mais útil proteger os pés do que a cabeça... E depois – regressando a um tema que abordei ainda ontem – há o tom de pele que distingue nitidamente servidores e senhores e que se perpetua até ao Brasil actual. Quem tem a pele mais escura é que normalmente serve os que a possuem mais clara (ninguém está a imaginar uma senhora negra a ser transportada por dois carregadores pardos...). Mas os separatistas mais ardentes não se devem ter tomado conta que são precisos dois carregadores assim mais escurinhos para tocar a liteira do Brasil para a frente, seja ela ocupada pela Dilma ou não...
A este respeito, verifico que evolutivamente algo está a mudar no Brasil: por exemplo, hoje já é possível vermos famílias de negros brasileiros a viajar em turismo pela Europa, o que ainda há uns anos era algo quase inimaginável.
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