Este é um excelente caso para mostrar concretamente como os Estados Unidos continuam a exercer uma hegemonia indisputada no panorama audiovisual. Apropriam-se de ideias alheias e conseguem-nas projectar como se fossem sucessos próprios. Aqui há coisa de uns cinco anos, referi-me aqui no Herdeiro de Aécio a uma antiga série televisiva britânica intitulada precisamente House of Cards. E fi-lo destacando que a popularidade da dita série entre nós se equiparava ao exotismo dos gostos musicais de Nuno Rogeiro. A série, de um conteúdo político, especificamente passado nos meandros da política britânica (e que comprei entretanto em DVD), era excelente, mas passou desapercebida entre nós por razões que nem interessará repisar. Só que em 2013, os norte-americanos repegaram no argumento, adaptaram-no à sua especificidade política, criaram a sua série de TV homónima e, apesar da relativa discrição como foi lançada no meio da guerra dos canais de séries da TV por cabo, até pareceu aos espectadores que havia algo de originalmente novo. A ponto de uma editora portuguesa (Jacarandá) se ter disposto a traduzir finalmente um dos livros que havia servido de inspiração à série (acima), que já foi escrito há 25 anos. Ainda bem, eis outro livro que recomendo. Fica-se à espera dos outros dois que completam a trilogia.
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