Em dimensão populacional (25 milhões de habitantes), a Coreia do Norte é o 50º país no Mundo; em dimensão territorial é o 100º; a sua economia coloca-o no 120º lugar da lista. Geograficamente está do outro lado do Mundo em relação à Europa. Os mapas-mundo deles são-nos bizarros.
Poderíamos encontrar facilmente mais de uma dúzia de países para os quais se justificaria uma atenção mais esmerada pela pessoa dos seus dirigentes do que aquilo que acontece no caso norte-coreano. Bernardino Soares foi catapultado para um certo género de fama quando manifestou dúvidas inquirindo se o regime local não era uma democracia. Muitos outros passaram desapercebidos por o descreverem por aquilo que é: uma monarquia absoluta embrulhada por uma casquinha fina de discurso ideológico marxista-leninista. Ainda não há a certeza que se trate de uma potência nuclear, mas é mais prudente e, sobretudo, a notícia torna-se mais vendável se considerarmos a Coreia do Norte como tal.
Neste mundo globalizado, em que todos compartilhamos alguma coisa, a Coreia do Norte representa o Outro, aquele com quem não se compartilha nada. É um país fadado para despertar um grau de empatia Zero. Só lunáticos é que lá vão fazer turismo. Tal como são descritos, os norte-coreanos bem podiam ter antenas, três olhos e ser verdes como um extraterrestre. Mas será paradoxalmente por todo esse exotismo que a média aponta toda a nossa atenção a quem os dirige e mesmo à bengala com que Kim Jong-Un reapareceu recentemente em público depois de 40 dias de ausência. Todos reconhecemos o gorducho da Coreia do Norte, mesmo que apareça pouco, mas posso cometer a patifaria de perguntar aos leitores do blogue se reconheceriam igualmente o presidente da Coreia do Sul? E se eu lhes disser que se trata de uma ela?...
Brilhante texto, caro blogueiro, muito persipcaz. Parabéns.
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