03 outubro 2012

VLAD O EMPALADOR

Vlad III (1431-1476), Príncipe da Valáquia (1456-1462), foi conhecido e ficou popularizado nuns meios artísticos pelo cognome de Drácula, noutros pelo de Vlad o Empalador (acima). Nascido em Sighişoara na Roménia, filho do Príncipe Vlad II (1393-1447), viveu em tempos que foram muito difíceis e cruéis: ainda com 11 anos foi entregue em Istambul como refém da fidelidade de seu pai aos otomanos; quando aquele morreu, já Vlad era adolescente, viu o seu irmão e sucessor Mircea II ser cegado para depois ser enterrado vivo pela facção rival. A Valáquia que ele veio a herdar era um joguete de interesses internacionais, entalada entre um Reino da Hungria que o considerava um vassalo e um Império Otomano a quem se via obrigado a pagar tributo.
 
Os turcos já usavam a pala (ou estaca afiada) como método de punição, mas depois de a aperfeiçoar, afinando-a, afiando-a e engordurando-a, Vlad III elevou o processo a um requinte superior como instrumento de terror de massas (abaixo). Exemplarmente, numa expedição punitiva para além do Danúbio foram capturados 23.883 prisioneiros, todos destinados a ser empalados: os paus eram verticalmente fixados no terreno e as vítimas espetadas neles pelo recto, num processo que as podia deixar a agonizar, surpreendentemente, por vários dias. Porque é que este assunto me ocorreu próximo de uma comunicação de Vítor Gaspar a respeito das próximas medidas de austeridade deixo apenas à imaginação do leitor…

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