Chindasvinto é o nome arrevesado de um rei visigóticodo Século VII, período obscuro em que as parcas fontes históricas fazem com que
as várias regiões da Península Ibérica compartilhem a mesma História. Tendo ascendido
ao trono praticamente octogenário (crê-se que terá nascido em 562), Chindasvinto
teve um reinado de um decénio (642-653) cujas crónicas descrevem pleno de
sucessos, especificados pela convocação de dois Concílios de Toledo (VII e VIII) ou
na publicação do Código Visigótico. Contudo, por detrás disso, é muito mais plausível
ver nele um ancião manipulado pela facção clerical (que lhe cuidou depois da sua
reputação histórica) do que um quase nonagenário que chegou aquela idade para desabrochar numa hiperactividade política
plena de iniciativas. Aliás, simbolicamente, esta sua imagem acima que foi
retirada da Crónica Albeldense, que nos parece pelo aspecto quase contemporânea,
datará, na hipótese mais antiga de 881 – 240 anos depois! Ora em 240 anos constrói-se
e arrasa-se uma reputação: é o hiato de tempo que nos separa do período
pombalino… A senioridade, por mais provecta que seja e mesmo que seja elegantemente promovida, não é, só por si,
sinónima de siso.
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