Felizmente, quando do falecimento do historiador britânico Eric Hobsbawm (1917-2012) não me senti compelido a colmatar qualquer lacuna de a assinalar, como aconteceu recentemente com o seu compatriota John Keegan (1934-2012). Embora Hobsbawm possa ter tido deste sempre os seus fiéis (como de resto Keegan também os teve…), parece-me haver algo de circunstancial e de fashionable nas circunstâncias como ele veio a adquirir a notoriedade de que gozou depois da edição de um livro (A Era dos Extremos - 1994) que foi publicado quando ele já tinha 77 anos. A queda do Muro (1989) colocara toda a esquerda na defensiva, obrigou alguma a metamorfosear-se, outra a enconchar-se e ainda outra a reanalisar-se, onde o marxismo (pouco leninista…) de Hobsbawm se tornou numa referência intelectual. Sempre preocupado em aparecer intelectualmente in, recordo-me de Mário Soares a fazer referência a A Era dos Extremos quando, já ex-presidente¹, a SIC o convidou a fazer introduções aos episódios da série televisiva O Século do Povo (1995). Outras obras do autor escritas previamente, como este Industry and Empire abaixo de 1968 (aos 51 anos), são interessantes mas ainda não possuem aquela outra atracção e facilidade de leitura.
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