17 de Outubro de 1973. Reunidos no Koweit, os representantes dos países árabes produtores de petróleo anunciam um aumento de 17% do preço do produto sem quaisquer negociações prévias com as grandes petrolíferas. Mais do que isso, anunciaram a realização de uma nova reunião em que discutiriam o emprego dos fornecimentos do produto como arma negocial no quadro da guerra do Yom Kippur então em curso. Este é o exemplo típico da notícia cujas consequências não são completamente digeridas no momento da sua publicação. A primeira página do Diário de Lisboa do dia dedica apenas um espaço no seu canto inferior direito às conclusões da reunião (esquerda). Mas a edição do dia seguinte voltava ao tema, sobretudo interrogando-se quanto às suas repercussões para todos os países ocidentais: Estados Unidos, Grã-Bretanha e também Portugal.
A verdade é que o desenvolvimento técnico dos automóveis pouco apostara até aí na redução dos consumos de combustível, considerado um recurso abundante e relativamente pouco dispendioso. Pode-se apreciar nesta segunda fotografia, o impacto que as medidas de racionamento podiam vir a ter num proprietário de um banal VW Carocha familiar: os 10 galões autorizados por cliente (cerca de 38 litros) que se lê no cartaz, dar-lhe-iam para andar um pouco mais de 400 km. Todas essas motorizações sedentas de combustível foram rapidamente ultrapassadas por outras bem mais parcimoniosas.
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